domingo, 20 de fevereiro de 2011

Conferências Mundiais sobre Meio Ambiente

Após a II Guerra Mundial ocorreu um considerável crescimento econômico em quase todo o planeta. Um dos motores desse crescimento foi a atividade industrial, que crescendo de forma desenfreada trouxe uma série de problemas ambientais para regiões tradicionalmente mais produtivas como Europa, Estados Unidos e Japão.
Todo esse movimento causou uma preocupação comum: qual seria o futuro do planeta se o modelo econômico aplicado estava levando à devastação de ecossistemas inteiros?
Essa preocupação deu origem a Organizações Não Governamentais (ONGs), uma forma de tornar tais movimentos mais atuantes e eficazes. Na década de 1970, a ONU iniciou uma série de atividades visando discutir, entender e propor soluções às questões ambientais.

Surgem daí as Grandes Conferências Mundiais sobre o Meio Ambiente a saber:

  • Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, (Estocolmo, Suécia, 1972) - Essa reunião chamou a atenção do mundo para as ações humanas que estavam causando séria degradação da natureza e criando graves riscos para o bem-estar e para a sobrevivência da humanidade. Durante a conferência, predominou uma visão antropocêntrica de mundo, desconsiderando que a espécie humana é apenas parte de uma grande cadeia que rege a vida na Terra, e surgiram muitas discordâncias entre os países ricos e pobres. Participação de apenas 113 países e 250 ONGs.
Ao final foi divulgada uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam nortear as decisões relativas às questões ambientais. Outro resultado formal foi um Plano de Ação, que convocava toda a comunidade internacional a cooperar para a busca de soluções para uma série de problemas ambientais.

Relatório Brundtland (“Nosso Futuro Comum”): Em 1983, a primeira – ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland foi indicada pela ONU para presidir uma comissão encarregada de aprofundar estudos na área ambiental, e em 1987 foi publicado um documento que defendia a divisão da riqueza como forma de desenvolvimento global e tentava conciliar a posição antagônica entre países ricos e pobres. Foi nesse relatório que se empregou com maior rigor o conceito desenvolvimento sustentado.

  • Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro, junho de 1992) ECO 92 ou Rio 92 - Fez um balanço dos problemas existentes e dos progressos realizados. Foram elaborados documentos importantes como a Declaração do Rio (ou Carta da Terra) uma declaração de pricípios sobre florestas, no qual os países ricos têm maior responsabilidade na preservação do planeta e foi assinada a Agenda 21, um plano de ações com metas para a melhoria das condições ambientais do planeta.
Duas importantes convenções foram aprovadas durante a ECO-92: uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas. O aprofundamento da Convenção sobre Mudanças Climáticas resultou na elaboração do Protocolo de Kyoto, de 1997, que objetiva a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.
Porém, muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em virtude do modelo de produção e consumo estabelecido, não colocaram em prática as políticas ambientais elaboradas durante esses eventos, intensificando o aquecimento global.

  • Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, Rio+10, Johannesburgo, África do Sul, Agosto/2002 - Tinha como objetivo principal rever as metas propostas pela Agenda 21 e direcionar as realizações às áreas que requerem um esforço adicional para a sua implementação e refletir sobre outros ascordos e tratados da Rio-92. Dos mais de 150 países participantes, muitos apresentaram propostas concretas sobre como colocar em prática as diretrizes da Eco-92 que ainda não saíram do papel, porém, blocos de países defenderam de forma intransigente seus interesses como foi o caso do Japão Estados Unidos, Canadá Austrália e Nova Zelândia que sob a liderança dos norte-americanos e o apoio dos países árabes, maiores produtores de petróleo do mundo, boicotaram as propostas do Brasil e da União Européia sobre energia renovável.
Observou-se neste último evento, uma diversidade de opiniões e posturas muitas vezes conflitantes. A Cúpula Mundial sobre o o Desenvolvimento Sustentável não conseguiu produzir todos os avanços esperados. Cabe então às sociedades, e aos países realmente preocupados com a questão ambiental, continuar a luta por um mundo melhor para todos.

Fonte: Tamdjian, James Onnig e Mendes, Ivan Lazzari. Geografia Geral e do Brasil (Estudos para a compreensão do espaço. Ensino Médio- volume único). 1ª Ed, Editora FTD. São Paulo, 2005.
SEQUINEL, Maria Carmen Mattana. Cúpula Mundial sobre o Desenvolviemtno Sustentável - Johannesburgo: entre o sonho e o possível. Disponível em